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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Escrita de Luz


Fotografia.
Ah! Fotografia, sua linda!
Eu amo quando encontro galerias e exposições de fotografias fascinantes na web. E amo escrever sobre os fotógrafos culpados por tanto fascínio.
Na verdade eu queria falar sobre fotógrafos brasileiros, mas prometo que um dia ainda faço isso (tá difícil decidir os melhores). É que não resisti e tive que compartilhar com vocês o trabalho desses três gringos super talentosos.

                     Kyle Thompson, Chicago
 O primeiro é o jovem (1 ano mais velho que eu!) estadunidense Kyle Thompson, de Chicago, a 3ª cidade mais populosa dos EUA. Kyle sempre morou na periferia e aos 19 anos começou fotografar, segundo ele, despretensiosamente, casas abandonadas e florestas da região onde morava, inspirado pelas fotografias de Francesca Woodman, fotógrafa dos anos 80 que começou sua carreira aos 13 e encerrou aos 22, suicidando-se. Espero que Kyle não siga seu exemplo à risca.
  Depois de ter abandonado seu antigo emprego, entregador de pizza, Kyle passou a se dedicar cada vez mais às suas fotos, definidas por ele mesmo como “fotografia surrealista”. E ter resultados cada vez mais surpreendentes.
  Em 2011 ele cria o álbum 365, que consistia em publicar uma fotografia a cada dia, objetivando o desenvolvimento da técnica e o aperfeiçoamento. Nele podemos acompanhar a evolução e o amadurecimento de suas fotos. O resultado é simplesmente inacreditável.
  Kyle não tem formação acadêmica. E isso é o que mais impressiona. Em menos de 3 anos com uma câmera na mão, a qualidade e a emoção de suas fotos superam as de muitos famosos das nossas academias. Suas fotografias se espalharam rapidamente pelo mundo, fazendo sucesso por onde quer que passem. Não tem como não gostar.
  Viaje por alguns instantes nos seus álbuns e galerias e tire suas próprias conclusões.
 Atualmente, com 21 anos, o moço viaja pelos EUA e Canadá fotografando para seu futuro livro (preciso dizer que quero um?). Se vier ao Brasil, Kyle, já tem onde ficar.

Maia Flore, Paris
O segundo da lista, ou melhor, a segunda, é a francesa Maia Flore (gostei do nome!). Hoje com 25 anos, cria fotografias de estilo semelhante ao de Kyle, surrealistas e conceituais.
  Ao contrário de Kyle, Flore tem formação acadêmica – formou-se em 2010 na Gobelins L'École de L'Image, em Paris.
  Segundo ela, suas fotos representam o romper do limite entre realidade e irrealidade, o que seria uma maneira de desafiar o real do cotidiano, revelando surpresas dentro dele.
  Em 2011 ela se juntou à Agência VU, de Paris, da qual Kyle também faz parte. Sei não, mas acho essa agência bem esperta. Em 2012 ganhou uma residência fotográfica na Finlândia e esse ano, em São Francisco, na Califórnia. Talentosa, não?
  Além de outros trabalhos, que são super premiados e famosos não só na Europa, ela publicou sete álbuns em seu site, que vão desde Morning Sculpture, que mostra como fica a cama a cada manhã, durante uma semana, ao que ela chamou de Two Directions, seu primeiro trabalho, feito ainda no último ano de academia, na Suécia. Pura abstração. Beleza e técnica já ficou evidente que não faltam. Vale mais do que a pena conferir.
  Seus álbuns que mais me atraíram: Adventures, pela ousadia e pelo surrealismo que chega a ter um toque sublime; e o Sleep Elevations, que lembra muito alguns sonhos de infância. Transmite uma sensação incrível de leveza, muito sutil. Em geral, sua fotografia chega a ser doce. Tem um toque delicado. Uma abordagem engraçada da realidade. É poético.


Eric Leleu, Xangai
 O terceiro e último, mas não menos importante (aliás, foi o primeiro dos três que conheci e o primeiro a gentilmente responder meu e-mail), é o também francês Eric Leleu, que atualmente vive em Xangai, na China, e é o menos adolescente do post de hoje, com 34 aninhos.
  Eric teve seu primeiro contato com a fotografia aos 13 anos, quando eu ainda pensava em nascer, 1993. Mas não foi com uma câmera, diferente do que normalmente acontece. Foi com o processo de tratamento e revelação das fotografias. Eric contou em entrevista ao site Photography Of China que ficou fascinado ao ver as imagens surgindo nos papéis em branco, durante o tratamento dos negativos. Revela ainda que apesar de não ter tido uma educação artística, sua mãe que era grande fã do Impressionismo mantinha a casa cheia de quadros do Van Gogh e sempre o levava à exposições. Talvez isso explique a paixão por cores fortes e marcantes e o incrível tom impressionista de suas fotos.
  É difícil escolher qual dos seus álbuns é o mais interessante, mas se eu tivesse que fazê-lo, arriscaria entre Subtitles e Day Dreamers.
  O primeiro, é dividido em três fases: na primeira, Eric limita-se a fotografar faixas colocadas em diversos lugares, desde comércio, residências e praças. Na segunda, ele passa a colocar faixas com provérbios em lugares propositais, específicos. Por fim, na terceira fase o fotógrafo passa a colocar apenas as faixas, sem nada escrito. A interpretação das legendas fica por conta do leitor.
  Já o álbum Day Dreamers, mostra uma face pouco conhecida da grande China. Como os trabalhadores acordam cedo e dormem tarde, encontraram uma solução bem prática para respeitar o corpo e a mente – dormir durante o dia. Em pequenos cochilos. Independente do lugar ou de quem esteja perto. Durante anos ele registrou esses momentos. O resultado é bem interessante.
  Eric é também co-fundador da agência Blank Shangai, autora do vídeo I Like People, que usa suas imagens do álbum Instants Décisifs, que aliás, eu super recomendo e como ele próprio diz: “o vídeo é quase mais interessante que as fotos”.
 

Enfim, não tem como não se apaixonar por fotografia. Não mesmo.

sábado, 28 de dezembro de 2013

O Curioso Caso de Elisa Lam

Elisa Lam, 21.
 Em janeiro de 2013 uma turista canadense estava hospedada num hotel em Los Angeles, na Califórnia. Elisa Lam, de 21 anos, que viajava sozinha optou pelo Hotel Cecil, famoso por seu histórico de assassinatos em série e supostos suicídios mal solucionados. Até aí tudo bem. Aliás, qual o problema em se hospedar num hotel desses, né?!
 No início de fevereiro Elisa Lam desaparece e a polícia local inicia uma busca por seu paradeiro.
 Numa terça-feira (19), após muitas reclamações por parte dos hóspedes, que alegavam terem sentido um sabor estranho e asqueroso na água, um funcionário decide verificar os tanques d’água no terraço do prédio.
Hotel Cecil, famoso pelas mortes obscuras
 Segundo o relato obtido pela polícia, depois de desligar o alarme de segurança da porta que dá acesso ao terraço, o funcionário posicionou uma escada ao lado dos tanques para verificar se havia algo de errado nos reservatórios, abrindo o lacre de cada um. Ao verificar o quarto e último tanque, ele se deparou com o corpo de Elisa.
 Diante disso, a polícia solicita as gravações das câmeras de segurança do hotel. Procuravam pela última aparição da jovem. E o que encontraram só aumentou o mistério. Veja o vídeo.
 Ao assistir o vídeo a sua explicação provavelmente foi a mesma que a minha: drogas. Porém exames toxicológicos comprovaram que Elisa não havia ingerido qualquer substância do tipo. Nem mesmo álcool. De qualquer forma, as portas de um elevador, normalmente, não ficam abertas por 3 minutos sem motivo algum e depois simplesmente abrem e fecham a cada 10 segundos, como mostra o vídeo. Isso a polícia ainda não conseguiu explicar, embora o caso tenha sido encerrado como morte por afogamento acidental.
 A investigação do histórico médico de Lam revela que ela sofria de transtorno bipolar, embora seus amigos relatem que ela era uma jovem carinhosa e normal.
 Outro detalhe que continua sem explicação é o fato de o alarme de segurança não ter disparado quando a porta do terraço, que é um espaço restrito à equipe de funcionários do hotel, foi aberta. Tampouco há explicação para o tanque estar fechado pelo lado de fora.
 Quanto ao fato de Elisa não ter usado escada alguma para chegar ao topo da caixa d’água, o que foi motivo de teorias conspiratórias em vários blogs, inclusive do Brasil (Megacurioso, Isso É Bizarro e Arquivo UFO), acho que tenho uma possível explicação. Vejamos.
Já que Elisa não teria usado escadas, tampouco poderia escalar o tanque de quase 3 metros de altura, essa seria uma explicação bem razoável para como ela teria chegado ao topo da caixa d'água.

Repare que uma pessoa que consiga acessar o telhado consegue facilmente descer sobre o tanque. Outra hipótese é a de que ela poderia ter se apoiado sobre a grade de proteção, alcançando sem grande dificuldade a tampa do reservatório.

 De qualquer forma, completando quase 1 ano, o caso controverso ainda tem perguntas sem respostas e é origem de muitas histórias de terror e teorias de conspiração. Episódio recente foi o protagonizado pela celebridade norte-americana conhecida como Tila Tequila. No dia 8 desse mês a maluca atriz postou no Facebook que era a única pessoa do planeta que sabia como Elisa Lam tinha morrido. Segundo ela, a jovem teria sido vítima de um ritual, assim como o astro do cinema Paul Walker. Confesso que fiquei intrigado com o post. Principalmente depois de conhecer o site da mocinha, que na verdade é vietnamita e se chama Tila Nguyen.
 Como se não bastasse, 5 dias depois de encontrarem o corpo da jovem, Los Angeles foi assolada por um surto de tuberculose. E o que isso tem a ver com o caso? Nada demais. Apenas o fato de o exame de detecção da tuberculose se chamar LAM-ELISA. Tá, essa eu não sei explicar.
 E pra encerrar, deixando sua mente bugada refletindo, vou recomendar um filme bem bacana. Água Negra, dirigido por Walter Salles e lançado em 2005. Qualquer semelhança é mera coincidência.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Invisível aos olhos



"Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?"
 
 
 O essencial ao nosso ver não é a prioridade para ele. Logo percebemos que nosso objetivo material básico  para nossa sobrevivência é dispensável, supérfluo. Metaforicamente, isso se aplica aos nossos ideais de vida. Aquilo que almejamos é desprezível aos olhos dele.
 Ele ensina ainda que em vez daquilo que parece lógico almejarmos, o que necessitamos, na realidade, é abstrato, como a justiça e a paz.
 Mais a frente, ele ensina: “Buscai primeiro o reino de Deus...”. Logo entendemos com prioridade. Então nosso SER se vê ameaçado. Como assim, buscar primeiro o reino de Deus? Mas e a minha vida? Preciso ser alguém na sociedade. Tenho sonhos a realizar. Metas a conquistar.
 Para esse medo, ele termina: “e as demais coisas vos serão acrescentadas.”
 Se dermos prioridade a ele, ele terá cada um de nós como prioridade. A certeza disso, é o ensinamento que ele nos dá sobre os pássaros. Estes não trabalham, logo, não recebem salário. Mesmo assim, não passam fome. Sempre há sustento para todos eles.
 Logicamente a dieta de um pássaro é muito menor que a de um humano. E isso pode abrir espaço para um cético querer, com sua razão e compreensão lógica, desconstruir esse ensinamento. Para estes, Yeshua tem uma pergunta bem simples: “Por ventura não sois vós muito mais importantes que os pássaros do céu?”
 Aqui vejo o criador do universo se comprometendo a não decepcionar àqueles que se arriscarem, àqueles que ousarem se entregar a ele totalmente, dando a ele prioridade e total confiança.
 Para concluir, quero esboçar a minha total incompreensão àqueles que aceitam, mesmo após clara advertências como “não vos conformeis com este mundo” ou “o mundo jaz no maligno”, de total bom grado e satisfação, ou seja, sem nenhuma expressão de descontentamento ou dúvida, o sistema atual.
 Essas pessoas nascem, começam a estudar, trabalham, envelhecem e morrem (quando a morte não lhes surpreende interrompendo este ciclo). E raros são os que ousam pensar de forma diferente, ou tentam enxergar além daquilo que todos veem. E quando estes o fazem, são tidos como loucos, rebeldes. São injuriados, humilhados e, na maioria dos casos, calados. E calar estes envolve um processo bastante conhecido: perseguir, prender, torturar e matar. E vale a pena mencionar aqui que mesmo matando esses loucos, suas ideias permanecem vivas, e graças dou por isso. Se eu tivesse que conhecê-los estaria perdido.
 Pois bem, agora sim, concluindo. Muito me indigna ver cristãos (leia-se aqueles que pensamos serem-no) tremendo suas pernas finas, borrando-se de medo de serem esses loucos que a sociedade tanto tenta destruir. E o motivo de tamanha indignação, senhores e senhoras, é que ao fazerem-no, eles estão negando Yeshua, e ao contrário de Kepha, que chorou amargamente ao perceber o seu erro, estes encaram sua traição como algo comum pois suas consciências estão cauterizadas, e o que é pior, esta prática é constante, diária.
 E minha indignação se dá não apenas por isso. Se ao menos não houvesse um conselho dizendo “porventura não provém o vosso erro de não conhecerdes as escrituras?” para que todos pudessem entender onde diz que aqueles que realmente o amassem, seriam chamados de loucos, rebeldes. Seriam incompreendidos, perseguidos, maltratados e até mortos. Ele acrescenta ainda que estes que o fizerem seriam ainda mais dignos e receberiam maior recompensa.
 Ora, ora... Termino perguntando: por acaso, não sucede isso aos loucos, rebeldes, maltrapilhos e mal vistos da nossa sociedade?
 E você, quer se tornar um deles?


Extraído da minha agenda de 10 de Setembro de 2011.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Adendo

 Lembra daquele post em que falei sobre um artista russo chamado Pyotr Pavlensky, e os 3 protestos feitos por ele que rapidamente se espalharam por jornais de todo o mundo? Então. Nesse mesmo post citei a banda Pussy Riot. Lembro que enquanto eu editava o post, um jornal australiano divulgou uma matéria informando que uma das integrantes da banda, Nadezdha Tolokonnikova havia sido transferida para uma solitária na Sibéria.
 Então. Acontece que fiquei bem feliz ao receber essa notícia hoje pela manhã (no site da BBC) e tive que compartilhar com vocês.



(Não incentivo ou concordo com o que elas fizeram. Mas entendo que na Rússia o nível é hard. O que não justifica em nada a atitude de Putin. Que fique bem claro.)

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Lágrimas Guarani

 É com lágrimas que escrevo a postagem de hoje.
 Um dos motivos é a perda de um grande camarada. Mas isso faz parte da vida. É inevitável, de uma forma ou outra. A gente compreende. E aceita. Se conforma.
 Já o outro, não dá pra compreender. Deveria ser evitado. É inaceitável. Não dá para se conformar.
 Não quero culpar Cabral. O que Portugal fez ou deixou de fazer, pouco vai importar agora. Nada daquilo pode ser mudado. Mas o que Mato Grosso do Sul está fazendo com seus indígenas, transcende a monstruosidade.
Latuff, 2013.
 Na impossibilidade de escrever algo decente sobre o assunto (não tô suportando mais ler as matérias nos jornais e os artigos que circulam na internet. É muito cruel), decidi compartilhar com vocês o apelo da comunidade indígena Yvy Katu, de Japorã, no extremo sul de MS.

A Carta das Comunidades Guarani e Kaiowá do tekoha YVY KATU, publicada na última quinta-feira (12), revela a opção coletiva pela resistência diante da ordem de despejo expedida pela Justiça Federal de Naviraí, que pretende ser cumprida nesta quarta-feira (18).


"Estamos esperando por esta terra há dez anos. 
Agora é nosso e vamos permanecer. Vamos morrer tudo aqui.
 Se houver despejo, o governo e a presidente Dilma 
vão ter que preparar um vala bem grande."
Leila Cunã Quaratu, líder indígena

 Não consigo assimilar que isso esteja acontecendo. Não no século XXI. No Brasil. Não depois do Holocausto Nazista, de Holodomor, de Hiroshima e Nagazaki. Depois do Vietnã. Afeganistão. Depois de tudo que deveríamos ter aprendido com esses episódios. Não consigo acreditar que estamos permitindo isso. Não consigo acreditar que vamos assistir o que pode ser um dos maiores genocídios da história do país, patrocinado pela ganância dos nossos fazendeiros aliada à passividade do nosso Governo e órgãos de justiça. Me recuso a crer nisso. (Não consigo mais escrever)

"Não é possível que o primeiro passo para a solução do problema seja a permissão do Ministro da Justiça para que a Polícia Federal realize um genocídio em favor da elite agrária sul-mato-grossense."
 

domingo, 15 de dezembro de 2013

Enquanto isso, no Titanic...

Jack, telefone pra você. Acho que é sua mãe.


E pra quem ainda gosta da Rose, clique aqui e pare de gostar.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Índios Sem Terra

Nas sombras das árvores do cerrado
Nos campos verdejantes de guaviras
Um povo sobrevivia andando dia a dia 
Na caça e pesca que a natureza fornecia

Das margens do rio Ivinhema
Aos alagados do rio Bahia e Paraná 
Atravessando Samambaia e Laranjal 
Por todo este vale este povo vivia

Hoje, os brancos chegaram à revelia 
E a terra que era livre, entre cerca estaria 
Os índios amontoados nas aldeias morriam.


Poesia enviada por Cláudio Aparecido

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Os 5 Arrependimentos Mais Comuns

Aproveite a vida, meu caro.
 O que você vai ler agora é o relato de uma enfermeira que, após muitos anos de trabalho com pacientes terminais, revelou quais eram seus maiores arrependimentos no leito de morte.
 Qualquer semelhança com a música ~Epitáfio~ é mera coincidência.

 "Por muitos anos eu trabalhei em cuidados temporários. Meus pacientes eram
aqueles que tinham ido para casa para morrer. Algumas experiências incrivelmente especiais foram compartilhadas. Eu estava com eles nas últimas semanas de suas vidas. As pessoas crescem muito quando são confrontados com a sua própria mortalidade.
 Aprendi a nunca subestimar a capacidade de alguém para o seu crescimento. Algumas mudanças foram fenomenais. Cada um experimentou uma variedade de emoções. Como esperado, negação, medo, raiva, remorso, mais negação e, finalmente, aceitação. Cada paciente encontrou sua paz antes de partir. Cada um deles.
 Quando questionados sobre algum arrependimento que tiveram ou qualquer coisa que fariam diferente, temas comuns vieram à tona.
 Aqui estão os cinco mais comuns:

QUERIA TER TIDO A CORAGEM DE VIVER A MINHA VIDA, E NÃO A VIDA QUE OS OUTROS ESPERAVAM DE MIM
 Este foi o arrependimento mais comum entre todos. Quando as pessoas percebem que sua vida está quase no fim e olham para trás, é fácil ver como muitos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não tinha realizado nem metade dos seus sonhos e morreram sabendo que foi devido às escolhas que fizeram, ou deixaram de fazer .
 É muito importante tentar e conseguir pelo menos alguns de seus sonhos ao longo do caminho. A partir do momento que você perde a sua saúde, é tarde demais. Saúde traz uma liberdade que poucos percebem, até que não a tenha mais. 

EU QUERIA NÃO TER TRABALHADO TANTO
 Isto veio de cada paciente do sexo masculino que eu acompanhei. Eles perderam a juventude de seus filhos e a companhia de suas esposas.
 As mulheres também falaram sobre esse arrependimento. Mas, como a maioria era de uma geração mais velha, não eram a pessoa que sustentava a casa.  Todos os homens que acompanhei lamentaram profundamente gastar tanto de suas vidas na rotina do trabalho.
 Ao simplificar o seu estilo de vida e fazer escolhas conscientes ao longo do caminho, você percebe não precisar da renda que acha que precisa. E criando mais tempo livre em sua vida, você se torna mais feliz e mais aberto a novas oportunidades. 

GOSTARIA DE TER EXPRESSADO MEUS SENTIMENTOS
 Muitas pessoas sufocam seus sentimentos a fim de manter a paz com os outros. Como resultado, sua existência se torna medíocre e nunca descobrem em quem são capazes de se tornar. Muitos desenvolvem doenças relacionadas à amargura e ao ressentimento que carregam.
 Nós não podemos controlar as reações dos outros. No entanto, embora a reação possa não ser tão positiva no início, as pessoas passarão a entender sua sinceridade, levando a relação a um nível muito mais saudável. Se esse não for o resultado, o máximo que você pode perder é um relacionamento doentio. De qualquer jeito, você sai ganhando. 

DEVIA TER MANTIDO CONTATO COM MEUS AMIGOS
 Muitas vezes as pessoas não percebem os benefícios de se ter velhos amigos, até estarem em seu leito de morte. E nem sempre é possível reencontrá-los nestes últimos momentos.
 Muitos de nós estamos tão envolvidos em nossas próprias vidas, que deixamos muitas amizades de ouro escaparem nos últimos anos.
 Há sempre muitos arrependimentos profundos sobre não dar às amizades, o tempo e esforço que mereciam. Todo mundo sente falta de seus amigos quando estão morrendo.
 É comum para qualquer um com um estilo de vida agitado, deixar amizades escorregarem. Mas quando você se depara com a sua morte se aproximando, os detalhes materiais da vida desaparecem. As pessoas querem colocar suas finanças em ordem, se possível. Mas não é dinheiro ou status que tem a verdadeira importância para eles. Eles querem arrumar as coisas para o benefício daqueles quem amam. Normalmente, porém , eles estão muito doentes e cansados de cumprir esta tarefa. E tudo se resume ao amor e relacionamentos no final. Isso é tudo o que resta nas semanas finais - amor e relacionamentos. 

EU DEVIA TER ME DEIXADO SER FELIZ
 Este é surpreendentemente comum. Muitos não percebem, até a chegada do fim, que a felicidade é uma escolha. Ficamos presos em velhos padrões e hábitos. O chamado “ser normal” se sobrepõe às nossas emoções, bem como às nossas vidas físicas. O medo da mudança nos faz fingir para os outros e para nós mesmos, que estamos satisfeitos, quando lá no fundo, ansiamos rir e ser bobos como quando éramos crianças.
 Quando você está no seu leito de morte, o que os outros pensam de você é a última coisa com que vai se preocupar.
 Como é maravilhoso ser capaz de relaxar e sorrir novamente, muito antes de você estar morrendo.
 A vida é uma escolha. É a sua vida. Escolha conscientemente, escolha sabiamente, escolha honestamente. Escolha a felicidade."
 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

NOSSO TEMPO

As críticas não me importam
Não interessa a opinião alheia,
Mesmo sabendo que os versos te pertençam
Sei que alguém os escreverá na areia.

Usarei a primavera como estação
E começarei a descrever nossos beijos – Nossa perdição!
Eu vou pintar o seu retrato no vento,
Não terá fundo, paisagem, nem bom tempo. 

Eu vou acariciar o seu rosto
Vou te embebedar, serei teu vinho
Serei o tique taque e o vai e volta... 

...desse mar de desejos, que aos poucos te afoga,
Serei o começo da sua lucidez insana,
Serei seu único tempo, depois que trouxer a sua mudança.

 
Poema enviado pela escritora e jornalista Deny Loubet

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

“Peripécias de Gusia no país de Albruthamahi”

VI - Hidão
 Ai, caramba! Falar de mudança, me fez lembrar do quinto lugar que Gusia conheceu. E principalmente, mudanças assim, da noite pro dia.
 O quinto lugar que Gusia conheceu foi a terra de Hidão.
 Gusia disse que foi um tanto trabalhoso chegar lá, e principalmente, ficar lá. A terra de Hidão é muito instável, muda de clima de repente, sem a menor previsão. Uma hora está calor – o sol brilhante ilumina toda a paisagem – os pássaros cantando, animais correndo pelos campos, as borboletas voam em panapanans enormes sobre os jardins nas planícies... Mas de repente, PAM! O céu se enche de nuvens negras, trovões cortam a paisagem e uma tempestade estrondosa cai sobre a terra... O sol se esconde, os animais fogem e as borboletas morrem.
 Gusia contou que isso acontece porque a terra de Hidão é bipolar. Tipo, tá toda sorridente e alegre, mas do nada, se fecha e fica calada. Sem mostrar nenhum traço de alegria.
 A terra de Hidão é bem grande, porém seu tamanho não corresponde aos seus tempos.
 Gusia contou também que chegou na terra de Hidão por um campo. Mas não é qualquer campo, é o maior campo da vida de Gusia! Se a vida de Gusia não tem tamanho, imagina só o tamanho do campo; é de dar medo, né não?
 Ah, eu sei também quando foi que ele chegou na terra de Hidão. Foi no décimo sol menos um, do segundo mês em dois milhares de anos mais dez voltas da Terra em torno do astro maior – aquele que governa o dia.


 VII

 Atualmente, acho que Gusia está lá pelas bandas da terra de Hidão. Na verdade, ele pode até estar naquelas terras, mas eu tenho certeza que ele nunca saiu das outras.
 Esses dias, Gusia me escreveu uma carta, disse que está bem e que como sempre, estava perambulando por aí... Ele disse que estava em um lugar chamado Albruthamahi (demorei três dias pra decorar esse nome), e que logo viria me visitar para contar suas peripécias.


 “FIM”

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

“Peripécias de Gusia no país de Albruthamahi”

V - Manie
 
 Ah, e por falar em valores de uma terra, me lembrei agora do quarto lugar que Gusia conheceu: a terra de Manie! Manie é uma terra cheia de valores que quase ninguém conhece.
 Eu acho que ninguém conhece os valores por que não conhece a terra... Sei lá, tipo, Gusia mal conheceu Manie, e já ficou encantado com tanta beleza.
 Ah, eu sei a data exata de quando Gusia conheceu a terra de Manie! Foi no  décimo nono giro da Terra em torno de si mesma, do segundo mês, de dois milhares de anos mais nove voltas da Terra em torno do astro maior, aquele que governa o dia. Era de noite, mas não era já mais que meia-noite como na terra de Alque e Bruto.
 Havia alegria naquele dia, pois a terra completava catorze ciclos iguais em torno do sol – governante do dia. Eu só lembro a data certinha porque anotei tudo. Na verdade, eu anoto tudo que posso daquelas histórias que Gusia conta.
 Sobre a terra de Manie ele não fala muitas coisas, diz que não consegue expressar com palavras o que viu por lá.
 Gusia disse uma vez, que lá não se deve acreditar no que vê, e sim, buscar aquilo que não se vê. De início eu não entendi muito bem, mas depois acho que ficou mais claro. Aquilo que se vê, deve ser algo material, físico e visível (Oh, visível! Sério?)... Eu só não entendi o porquê de não acreditar nisso. Acho que não acreditar, não significa negar sua existência, e sim sua importância.
 Quanto ao buscar aquilo que não se vê, acho que é justamente o contrário... Tipo, dar mais importância ao oposto daquilo que se vê!
 Tá, oposto daquilo que se vê, tá na cara que é o invisível... Mas é aí que tá o problema, eu não saquei ainda o negócio de dar importância ao invisível... Sabe como é né? Eu não sou aquele tipo de pessoa mais flexível do mundo, que muda de ponto de vista assim, da noite pro dia.
 
 
Dezembro de 2010.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

“Peripécias de Gusia no país de Albruthamahi”

IV - Thada
 Gusia é um guri perambulante (você já deve ter percebido né?), anda por aqui, ali e acolá quase ao mesmo tempo. Sabe tudo e sabe nada, ama a todos e não mede seu amor.
 Já ouviu aquele negócio de que massa é dado em quilos e volume é dado em litros? Pois então, o amor de Gusia é dado em sorriso/abraço.
 Eu já tive a oportunidade de abraçá-lo. E só posso descrever, que não sei descrever o que é aquilo. Parece uma mistura de brigadeiro com os amigos e cama quentinha no inverno. O sorriso também é encantador. Uma mistura quase impossível de se dar, entre malícia e inocência. Inocência, pela ingenuidade de poder sorrir nos momentos mais impróprios. E malícia por nos conduzir aos seus olhos negros e profundos, que nos levam às suas viagens e nos contam suas peripécias, loucas e improváveis. Ah, e por falar nisso, vou contar sobre o terceiro lugar que ele conheceu: a terra de Thada. Na verdade, eu nem sei como e por que ele foi parar lá, só sei que foi. Já ouviu a expressão “sei não, só sei que foi assim”? Então, é isso aí. Ele só disse que foi numa noite nos mares... Onde o vento soprava forte:
- Shúúú!
 Por estar escuro ele não viu a terra direito, mas certo tempo depois ele pôde conhecê-la. Ele gostou da terra. Gostou mesmo. Tanto que decidiu morar lá. Mas ele não conseguiu habitar lá por muito tempo, os habitantes daquela terra o tiveram por indigno de habitá-la, então ele foi, digamos... Convidado a se retirar.
 Ah, também não tenho permissão para contar o que há na terra de Thada, nem como ela é; Gusia me pediu segredo. Mas lhe garanto que a terra de Thada é perfeita, como se tivesse Tudo Feito Bem Suave. Ops... Quero dizer, perfeita não... Quase perfeita.
 A terra de Thada sofre muita influência de outros povos. Se deixa levar muito fácil pelos costumes de outras terras, terras que eu nem conheço.
 Qualquer coisa que um povo faz, não importa o que seja, costumes, tradições ou usos de comportamento, o povo de Thada logo quer fazer também. Tenta copiar quase tudo que pode, até as línguas de outros povos tenta falar. Acho que a terra de Thada ainda não percebeu que assim seus valores estão em risco.
 Acontece que quando uma terra não valoriza as características do seu povo, e adota costumes de terras estranhas, perde seu valor. Suas tradições perdem o significado, pois dão lugar a novos sentimentos, novos pontos de vista. Mudando desse jeito, a terra de Thada pode nem existir daqui algum tempo, e sim, a cópia de algum outro povo.
Dezembro de 2010.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

“Peripécias de Gusia no país de Albruthamahi”

III - Bruto
 Bom, o segundo lugar que ele conheceu, se não me falha a memória, foi a terra de Bruto. Na verdade, quando ele conheceu, assim como no primeiro caso, já era mais de meia-noite. Foi lá na fronteira do Paraguai. Ele só chegou lá através de Alque, que dava passagem para Bruto.
 Quando ele conheceu a terra, ela estava meio arrasada, haviam passado por ali algumas tempestades. Comovido com a tristeza daquele povo, Gusia resolveu ajudar. Se hospedou ali por um bom tempo, tentou construir algumas coisas, plantou boas coisas naquela terra – que era extremamente fértil.
 A terra de Bruto não sabia muito bem a que reino pertencer. Havia ali habitantes que dançavam e batiam palmas, outros que só gritavam e gostavam muito de fogo. Havia ainda, um outro povo naquela terra, um povo que usava véu em suas cabeças. Eles diziam que eram o único e oficial povo do reino.
 Mais tarde, Gusia mostrou ao povo de Bruto que o reino era um só e universal. Não importava como eles se comportavam, usos e costumes eram só detalhes, e isso era o que tornava aquele povo especial. O importante mesmo é que eles falassem uma só língua, e que tivessem um só alvo.
 Bruto era uma região montanhosa. Embora fosse fértil, tinha grandes relevos. Era constituída de altos e baixos. Mas no meio daquela terra corria um rio. Era grande e forte, capaz de mudar o rumo das coisas. Pra falar bem a verdade, era o rio que conduzia o povo. Era o rio que fazia a terra produtiva e cheia de vida, pois, sem o rio, nada podemos fazer.
Dezembro de 2010.

domingo, 1 de dezembro de 2013

“Peripécias de Gusia no país de Albruthamahi”

II - Alque
 Eu acho que o primeiro lugar que ele conheceu foi a terra de Alque.
 Ele já tinha ouvido falar de Alque antes, mas conhecer mesmo de pertinho, nunca.
 Foi mais ou menos assim...
 Ele tava caminhando ali nas esquinas da São Vicente. Já era mais de meia-noite, com certeza. Ele tava andando meio sem rumo, sabe... Refrescando a cuca. De repente se deparou com a terra de Alque. Foi assim, pá-pum! Do nada.
 Ele passeou muito por lá. Adorou a terra, é realmente incrível, você tinha que ver. Mas aquela terra nem sempre foi assim. Conta-se que a muito tempo atrás a terra era arrasada. Viveu por ali um povo chamado Padrastiano (da terra de Padrástia), que não se importava muito com a vida da terra, e assim, a destruía dia após dia, sem a mínima compaixão.
 Não sei como nem quando, mas sei que a terra de Alque, um dia, viu-se então livre dos Padrastianos.
 Muitos não acreditaram que ela se recuperaria, afastando-se dela. Mas para a surpresa geral, Alque se reergueu, tornando-se uma das maiores terras de que se tem noticia.
 Hoje sua existência tem significado incalculável para muitos povos. Sua dor é sentida por muitos, e sua alegria repartida a todos.
 Assim é a terra de Alque, pois foi colocada para testemunho de muitos povos, e para a honra de sua protetora, a guardiã Maci (cadeia de montanhas que cerca a terra de Alque).
Dezembro de 2010.

Biografiada

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Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil
Estudante, 20 anos, canceriano, feio, humanossexual, paulista, moreno, trompetista, leitor, magro, palhaço, amante. Ator, voluntário do Greenpeace, sonhador e aspirante a Hippie com tendências circenses. E provisório.

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