"Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?"
O essencial ao nosso ver não é a
prioridade para ele. Logo percebemos que nosso objetivo material
básico para nossa sobrevivência é dispensável, supérfluo.
Metaforicamente, isso se aplica aos nossos ideais de vida. Aquilo que
almejamos é desprezível aos olhos dele.
Ele ensina ainda que em vez daquilo que
parece lógico almejarmos, o que necessitamos, na realidade, é
abstrato, como a justiça e a paz.
Mais a frente, ele ensina: “Buscai
primeiro o reino de Deus...”. Logo entendemos com prioridade. Então
nosso SER se vê ameaçado. Como assim, buscar primeiro o reino de
Deus? Mas e a minha vida? Preciso ser alguém na sociedade. Tenho
sonhos a realizar. Metas a conquistar.
Para esse medo, ele termina: “e as
demais coisas vos serão acrescentadas.”
Se dermos prioridade a ele, ele terá
cada um de nós como prioridade. A certeza disso, é o ensinamento
que ele nos dá sobre os pássaros. Estes não trabalham, logo, não
recebem salário. Mesmo assim, não passam fome. Sempre há sustento
para todos eles.
Logicamente a dieta de um pássaro é
muito menor que a de um humano. E isso pode abrir espaço para um
cético querer, com sua razão e compreensão lógica, desconstruir
esse ensinamento. Para estes, Yeshua tem uma pergunta bem simples:
“Por ventura não sois vós muito mais importantes que os pássaros
do céu?”
Aqui vejo o criador do universo se
comprometendo a não decepcionar àqueles que se arriscarem, àqueles
que ousarem se entregar a ele totalmente, dando a ele prioridade e
total confiança.
Para concluir, quero esboçar a minha
total incompreensão àqueles que aceitam, mesmo após clara
advertências como “não vos conformeis com este mundo” ou “o
mundo jaz no maligno”, de total bom grado e satisfação, ou seja,
sem nenhuma expressão de descontentamento ou dúvida, o sistema
atual.
Essas pessoas nascem, começam a
estudar, trabalham, envelhecem e morrem (quando a morte não lhes
surpreende interrompendo este ciclo). E raros são os que ousam
pensar de forma diferente, ou tentam enxergar além daquilo que todos
veem. E quando estes o fazem, são tidos como loucos, rebeldes. São
injuriados, humilhados e, na maioria dos casos, calados. E calar
estes envolve um processo bastante conhecido: perseguir, prender,
torturar e matar. E vale a pena mencionar aqui que mesmo matando
esses loucos, suas ideias permanecem vivas, e graças dou por isso.
Se eu tivesse que conhecê-los estaria perdido.
Pois bem, agora sim, concluindo. Muito
me indigna ver cristãos (leia-se aqueles que pensamos serem-no)
tremendo suas pernas finas, borrando-se de medo de serem esses loucos
que a sociedade tanto tenta destruir. E o motivo de tamanha
indignação, senhores e senhoras, é que ao fazerem-no, eles estão
negando Yeshua, e ao contrário de Kepha, que chorou amargamente ao
perceber o seu erro, estes encaram sua traição como algo comum pois
suas consciências estão cauterizadas, e o que é pior, esta prática
é constante, diária.
E minha indignação se dá não apenas
por isso. Se ao menos não houvesse um conselho dizendo “porventura
não provém o vosso erro de não conhecerdes as escrituras?” para
que todos pudessem entender onde diz que aqueles que realmente o
amassem, seriam chamados de loucos, rebeldes. Seriam incompreendidos,
perseguidos, maltratados e até mortos. Ele acrescenta ainda que
estes que o fizerem seriam ainda mais dignos e receberiam maior
recompensa.
Ora, ora... Termino perguntando: por
acaso, não sucede isso aos loucos, rebeldes, maltrapilhos e mal
vistos da nossa sociedade?
E você, quer se tornar um deles?
Extraído da minha agenda de 10 de Setembro de 2011.
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