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domingo, 5 de janeiro de 2014

Inédia

Jejum, presente em várias religiões ao redor do mundo
 Jejum. Com certeza você já ouviu essa palavra.
 A prática do jejum está presente em diversas religiões ao redor do mundo, podendo ser total, onde a pessoa se priva totalmente de ingerir qualquer substância, ou parcial, onde admite-se a ingestão de bebidas ou alimentos específicos.
 Segundo relatos bíblicos, Moshe teria jejuado por 40 dias e 40 noites. Outros personagens da bíblia a repetirem a façanha, foram os profetas Eliyahu e Yeshua.
 Os judeus jejuam no Yom Kippur. Os muçulmanos, no Ramadan. Os cristãos e os budistas jejuam casualmente, como no caso dos católicos, que também aderem à prática na Quaresma.
 No sentido religioso, a prática do jejum está associada à purificação, através da submissão das necessidades do corpo, às do espírito. Jejuando, o praticante quer dizer que alimentar a alma é mais importante que alimentar o corpo. No caso do budismo, o jejum é motivado também pela necessidade de se reconhecer a importância do alimento e pela busca do auto-controle.
 Além do sentido religioso, o jejum pode adquirir significado de protesto, numa expressão conhecida como greve de fome. A pessoa se priva de alimentos até que uma determinada situação ou problema seja solucionado. Especialista nisso, tendo jejuado por longos períodos mais de 15 vezes, temos o lendário indiano Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido pelo título de Mahatma Gandhi. Casos recentes que ganharam notoriedade na mídia, foram os do palestino Samer Issawi, que jejuou por 8 meses, período em que ficou sob custódia da justiça israelense, e dos mais de 450 presos políticos do Egito, que iniciaram em 23 de dezembro uma greve de fome, como forma de denunciar as desumanidades cometidas pelos opositores de Mursi.
 Agora que já sabe o que é jejum, o que acharia se eu te dissesse que há pessoas que jejuam há mais de 70 anos? Duvida? Então, senta que lá vem a história.

Prahlad Jani, nos testes de 2010
 Não lembro exatamente quando, mas vi uma matéria no site G1 sobre um indiano (sempre eles, né?!) de 83 anos que dizia não comer nem beber há 70. É como se o sujeito fosse capaz de fazer fotossíntese, alimentando-se apenas da luz do sol e de oxigênio. Como se não bastasse, ele também não urina, nem defeca. Estou falando de Prahlad Jani, um Sadhu.
- Ah, mas ele pode estar fazendo isso tudo escondido – o cara mora numa caverna.
 Na verdade, não. E isso quem disse foi a equipe médica composta por mais de 20 especialistas, liderados pelo renomado neurofísico indiano Sudhir Shah, que vigiou examinou o sujeito por 2 semanas durante testes realizados em 2010. Até a água da banheira em que ele se lavava era medida antes e depois do banho, sem ele saber, para se certificar de ele não tinha tomado uns goles.
- Mas se ele não come, não bebe, não urina nem defeca... Como ele vive?
 Como, exatamente, nem a ciência conseguiu (ou não quis) explicar. Decidiram manter os resultados como confidencial. Algo me diz que de alguma forma os EUA vai roubar esse conhecimento e aprimorá-lo para a guerra. Tudo que foi divulgado é que sua urina e fezes são reaproveitados pelo organismo. E para a fonte de sua alimentação, segundo ele, a deusa Amba fez um furo no céu de sua boca, de onde nasce um líquido doce que o alimenta. Interessante, não?
 Como sou nada curioso, fui pesquisar sobre o assunto e descobri que essa prática é chamada de INÉDIA ou RESPIRATORIANISMO, e é bastante comum em um país. Sabe qual? Isso mesmo, a Índia. Os indianos levaram o jejum ao nível Chuck Norris.
 A técnica, que para alguns é uma filosofia de vida, consiste em alimentar-se apenas da energia vital, cujo nome pode variar de uma cultura para outra. Em países do Oriente como Japão e China, é chamado de Qi. Na Índia, de Prana. Aqui no ocidente, chamamos de energia vital. A ciência a conhece como psicoenergia ou mesmerismo, que nada mais é do que magnetismo animal.

Jasmuheen, hoje com 57 anos e no detalhe nos anos 90
 Mas a inédia, ou alimentação prânica, não é praticada apenas na Índia. No final dos anos 90 ela se popularizou através de uma distinta senhora australiana chamada Ellen Greve (que nada tem a ver com greve de fome), que hoje com 75 anos de idade, ainda vive divulgando a prática da inédia pelo mundo.
 Jasmuheen, como ficou conhecida, afirma alimentar-se da luz solar e desde que tornou-se figura pública, ganhando multidões de seguidores (inclusive no Brasil), teve seu nome ligado à várias polêmicas, desde sua recusa a participar de testes em institutos científicos, à casos de morte atribuídos à prática da inédia, como os de uma senhora da suíça e da australiana Verity Linn.
 Seriam Prahlad Jani e Ellen Greve, charlatões? Teriam eles alcançado um estágio avançado de conhecimento ou uma espécie de habilidade especial? Seria mesmo possível viver apenas de luz e ar?
 Restam as dúvidas. E a dúvida, meus caros, é a mãe do conhecimento.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Vivendo Errado

Operários (Tarsila do Amaral, 1933)
 Quando Yeshua veio ao mundo, a religião já existia. Já se matava e morria por ela. As sinagogas já existiam. Os religiosos já existiam. E as diferenças causadas por isso também. Mas Yeshua propôs algo diferente. Ele deixou claro que aquilo era errado. Sua mensagem destruía completamente tudo que havia até então: “não vim trazer paz, mas espada!”.
 Qual cristianismo você diz conhecer?  Qual euangelion você ouviu?
 A igreja que se diz apostólica, ao mesmo tempo se diz romana. Por acaso, não foram os romanos que crucificaram Yeshua e mataram os apóstolos?
 Esta mesma igreja, destruiu dezenas de evangelhos e escolheu quais escritos fariam parte daquilo que hoje conhecemos como Bíblia Sagrada.
 Esta mesma igreja constituiu para o planeta, um líder. Líder este que se diz infalível*, no entanto muitos deles superaram Hitler em suas atrocidades.
 Esta mesma igreja que controlava os copistas, que tinham como ofício criar cópias das cópias das cópias das cópias de um suposto pergaminho original, e estas cópias por sua vez, também eram posses da dita igreja.
 Desta mesma igreja, surgiram muitas outras seitas, com ideologias próprias e até mesmo com bíblias próprias. Evangélicos, protestantes, pentecostais, entre tantos outros. Batista, Metodista, Luterana, Presbiteriana, Anglicana**, Mórmon, Assembleia de Deus, Sara Nossa Terra, Deus é Amor, Só o Senhor é Deus, Universal do Reino de Deus, Internacional da Graça de Deus, Mundial do Poder de Deus, Tabernáculo da Fé, e tantas outras dezenas de centenas de denominações, e o melhor: tudo isso se diz cristianismo.
 Mas ora, ora... Que engraçado. E eu jurava que Cristo havia pregado a unidade. Bem, mas o mundo está cheio de doutores. Quem sou eu para questionar, não é mesmo?
 Diante disso, não posso deixar de perguntar: qual Yeshua você conhece?
 Gandhi disse que amava Cristo. Porém não amava os cristãos. E justificava - “eles são tão diferentes de Cristo”.
 Ao estudar as escrituras que acredito ser a Bíblia Sagrada, ou seja, que contém as palavras ditas por Yeshua, e que confio estarem traduzidas de forma bem próxima do original, não posso deixar de sentir nojo do cristianismo vivido hoje. E que me perdoem os senhores, mas não estou me referindo ao catolicismo. Esse já perdeu o posto de algo próximo de Cristo há muitos séculos, o que não o impede de enquadrar-se no meu desprezo e tristeza.
Ao ler a bíblia, fica claro que Yeshua não queria que fizéssemos o que fazemos.
 Estamos vivendo errado. E segundo o que cremos, posso afirmar com segurança: o céu está longe. Muito longe!
 Yeshua não ensinou a construir templos suntuosos e com luxo. Não disse que deveríamos ir à igreja. Aliás, uma palavra que ele nunca citou (pelo menos não consta) foi “igreja” (que conhecemos)***.
 Yeshua era contra as dissenções, a inveja, a avareza, corrupção, maldade e afins.
O Yeshua que conheço, ensinou a humildade. O mais instruído em quem Yeshua confiou, o traiu (?).
 Este Yeshua não tinha profissão. Não tinha casa. Não tinha família.
 Este Yeshua não morreu de fome, nem de frio. E nunca esteve em solidão.
 O Yeshua que conheço era contra o sistema daquela sociedade. Ensinava a ser diferente; tratando não com igualdade, mas considerando sempre o outro maior que si mesmo.
 Este Yeshua se opôs à todas as tradições errôneas, às quais as pessoas já estavam habituadas. Quebrou regras e protocolos. Rompeu paradigmas e dogmas.
 Este Yeshua foi além do comum. Foi torturado e assassinado por isso. Por que era diferente. Queria que tudo fosse diferente. Queria que eu fosse diferente. Esse Yeshua queria que o nosso hoje fosse diferente do hoje dele.
 E é?
Extraído da minha agenda de 9 de setembro de 2011. Escrito às 23:48, numa pizzaria.


*Em novembro de 2013 o Papa Francisco confessou ser pecador.
**Não contida no texto original.
***A palavra Ekklesia, citada por Yeshua 2 vezes, se refere à reunião de escolhidos, chamados, não tem o significado de igreja que conhecemos hoje.

Biografiada

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Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil
Estudante, 20 anos, canceriano, feio, humanossexual, paulista, moreno, trompetista, leitor, magro, palhaço, amante. Ator, voluntário do Greenpeace, sonhador e aspirante a Hippie com tendências circenses. E provisório.

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