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terça-feira, 29 de novembro de 2011


"Primeiro, eles vêm à noite, com passo furtivo
arrancam uma flor
e não dizemos nada.
No dia seguinte, já não tomam precauções:
entram no nosso jardim,
pisam nossas flores,
matam nosso cão
e não dizemos nada.
Até que um dia o mais débil dentre eles
entra sozinho em nossa casa,
rouba nossa luz,
arranca a voz de nossa garganta
e já não podemos dizer nada."

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Politicamente INcorreto...


Capitalismo
- Papai, o que é POLÍTICA?
- Bem meu filho... Vou usar nossa casa como exemplo.
Eu trago dinheiro pra casa, então sou o CAPITALISMO.
Sua mãe administra o dinheiro, então ela é o GOVERNO.
Como eu atendo as suas necessidades, você é o POVO.
A empregada é a CLASSE TRABALHADORA.
E seu irmãozinho é o FUTURO.
Entendeu meu filho?
- Mais ou menos, pai.

No meio da noite, Pedrinho acorda com o choro do irmãozinho. Foi no quarto da mãe, chamou, mas ela dormia profundamente. Foi no quarto do irmãozinho e viu que a fralda dele estava suja. Foi atrás da empregada. Olhou pela fechadura, e o pai dele estava em cima dela. Bateu ninguém ouviu, voltou para o seu quarto e dormiu.

No dia seguinte no café da manhã Pedrinho disse:
- Pai, agora entendi o que é POLÍTICA!
- Ah é meu filho, então me explica...
- Enquanto o CAPITALISMO fode a CLASSE TRABALHADORA, o GOVERNO dorme. O POVO é totalmente ignorado e o FUTURO tá todo cagado!



Enviado por @iam_ricardo
@gustavofmaia

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Enquanto Ainda Há...



Epitáfio
Titãs

Devia ter amado mais
 Ter chorado mais
 Ter visto o sol nascer.

 Devia ter me arriscado mais
 E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer.

Queria ter aceitado 
as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração.

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
 E trabalhado menos
Ter visto o sol se por!

Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...

Queria  ter aceitado
 a vida como ela é
A cada um cabe alegrias
 E a tristeza que vier

Devia ter complicado menos
 Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011




Imagine
John Lennon

Imagine que não exista nenhum paraíso,
É fácil se você tentar.
Nenhum inferno abaixo de nós,
Sobre nós apenas o firmamento.

Imagine todas as pessoas
Vivendo pelo hoje...


Imagine que não exista nenhum país,
Não é difícil de fazer.
Nada porque matar ou porque morrer,
Nenhuma religião também.

Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz...


Imagine nenhuma propriedade,
Eu me pergunto se você consegue.
Nenhuma necessidade de ganância ou fome,
Uma fraternidade de homens.

Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo todo.


Você talvez diga que sou um sonhador,
Mas eu não o único.
Eu espero que algum dia você junte-se a nós,
E o mundo viverá como um único.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Frustração



É frustrante passar metade da minha vida, dedicando-me de maneira física, psicológica, emocional, espacial, temporal, social, e principalmente, intelectual, em uma instituição que tem por objetivo me permitir e/ou me forçar a decorar informações para futuramente tentar reproduzi-las em uma folha de papel com título de avaliação; Assim, poderão saber se eu realmente tenho a capacidade de decorar alguns dados sobre diversos assuntos chamados disciplina;
Isso, por uma média de 30 dias.
Esses dados são comumente chamados de matéria ou conteúdo.

Se eu consigo armazenar essas informações, por uma média de 30 dias, no meu cérebro ou em um conjunto de folhas, e com êxito reproduzi-las em avaliação, sou considerado produtivo, inteligente e apto á vida;
Se não, sou tido como inapto, improdutivo e desinteligente, ou seja, reprovado.
Isso, senhores, é frustrante.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ah, como eu queria...


Eu queria tanto que a vida fosse bem mais simples. Queria que as pessoas se amassem sem depender de nada pra fazer isso. Eu queria que as pessoas se valorizassem pela sua alma e não pelo seu corpo, assim os padrões de beleza não existiriam e os conceitos seriam bem diferentes do que conhecemos hoje. Eu queria que os sorrisos fossem sinceros e os olhares inocentes. Eu queria que as fábricas de munição fechassem. Eu queria que todos pudessem estar acordados quando a natureza dá o seu show todas as manhãs e não cobra ingresso. Eu queria que as pessoas percebessem que ainda que o céu fosse papel, e os oceanos tinta, não se poderia escrever o amor de Deus, no entanto esse amor se traduziu na arrebatadora imagem de Jesus. Eu queria que as pessoas aprendessem mais com os orientais e desistissem do estilo de vida norte-americano, ele te faz parecer um idiota, e depois de algum tempo você vai perceber que tudo não passou de vaidade e não te levou á lugar algum.  Eu queria que todos se tratassem igualmente por serem todos diferentes.

***
 Eu queria que as pessoas parassem de tentar explicar a vida, e apenas a vivessem (geralmente elas não sabem fazer nem isso). Eu queria que o capitalismo fosse pro beleléu. Eu queria que aquele pedaço de papel que as pessoas chamam de dinheiro não significasse mais que um simples pedaço de papel idiota, e não a raiz de todos os males. Eu queria que os abraços fossem mais longos e com cheiro de chocolate. Eu queria que o homo fosse sapiens, e não que a sabedoria fosse humana. Eu queria que a dor fosse um acidente e não rotina. Eu queria que a pirâmide social secasse no deserto e morresse com os faraós. Eu queria que as pessoas entendessem que as palavras têm um significado, e assim avaliassem bem antes pronunciá-las. Eu queria ainda que os governantes admitissem que apesar de serem responsáveis por tudo, não se responsabilizam por nada. Eu queria também, que a paz fosse um dever de todos, e não o desejo desesperado de alguns. Eu queria que todos soubessem o significado de parakletos.

***

 Eu queria que as pessoas não limitassem suas vidas á perderem a saúde em busca de dinheiro, pois futuramente elas perderão todo o dinheiro em busca de saúde; Mas o que muitos precisam entender é que saúde não se compra, e que dinheiro não é sinônimo de felicidade, ele é apenas um dos muitos fatores que contribuem para mantê-la, e não deve ser visto como prioridade, pois pode se tornar seu pior inimigo em fração de segundos e destruir toda a felicidade que você julga ter alcançado através dele. Eu queria ainda, que as pessoas se buscassem dentro de si mesmas e encontrassem quem elas realmente são: seres livres de toda e qualquer influência, seja ela televisiva, virtual, da moda, da maioria, de idiotas, de aliens, da política e, principalmente, da de alguém que você julga ser especial pra você... Se ela o fosse, o aceitaria como você realmente é, e não tentaria te transformar em algo que a agrade ou que satisfaça o seu ego. Não viva para os outros. Viva você, em favor de muitos.


(MAIA, Gustavo. Rascunhos - Mensagens salvas, 2010.)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Infância vivida em meio à guerra

Se não me falha a memória, lá pelos idos de 1942, quando eu tinha quase 6 anos, vivia com meus pais e avós paternos numa cidade do interior chamada Paulistânia. Era um lugarzinho pacato e aconchegante, daqueles onde todo mundo conhece todo mundo, onde as manhãs têm cheiro de pão feito em casa e a vizinhança papeia na varanda ou nas ruas ao entardecer enquanto as crianças brincam de pega-pega, esconde-esconde, amarelinha.

Nossa casa era de tábua, bastante humilde, antiga, mas muito bem organizada, com um jardim onde mamãe plantava tudo: rosas de todos os tons, dálias gigantes, beijinhos, cravos... Lembro-me de mamãe trocando sementes de flores com as vizinhas e, em especial, de beijinhos, de todas as cores, que invadiam as frentes das casas do quarteirão, espalhando vida e perfume que se misturavam ao cheiro de verde que vinha da mata, onde às vezes os homens da vizinhança iam para caçar algum animal para fazer um delicioso e animado churrasco; as mães “juntavam as panelas” e as crianças, a fome com a vontade de comer.

Mas essa paz viveu um período angustiante, a Segunda Guerra Mundial, espalhando medo e terror, destruindo famílias... Não me esqueço de quando o exército chegava para recrutar homens. Vinham naqueles caminhões movidos a gasogênio, e quando os moradores ouviam era um alvoroço. Os homens se escondiam em casa ou corriam a cavalo para a mata. Ninguém queria deixar a família por uma guerra que estava tão distante da realidade deles.

Depois que os caminhões iam embora, nossos pais se trancavam no quarto e choravam seus medos às escondidas para que não sofrêssemos a mesma angústia que eles.

Graças a Deus, novos horizontes se abriram para nossa família, papai tomou a decisão de se mudar. Lembro-me de que saíamos de casa com umas trouxinhas e algumas malas de papelão levando nossas esperanças nas costas. Fomos à estação ferroviária e embarcamos numa maria-fumaça que nos levou até Pereira Barreto, onde pegamos um trem que nos levaria ao nosso destino final. Eu olhava meu pai, sempre muito sério, sentia que os pensamentos dele iam rápido como a paisagem, sem saber ao certo para onde.

Enfim, chegamos a uma região pouco povoada. Ali papai arranjou emprego de tratorista e mamãe, de cozinheira, numa das fazendas da região, onde hoje é Nova Andradina.

Logo fiquei mocinho e cresci junto com a cidade. Vi as muitas serrarias surgirem, os armazéns de secos e molhados, a primeira escola – que hoje chamam de morcegão. Trabalhei também nessa construção; deixei parte de meu suor em cada pedacinho das primeiras ruas repletas de casas quase iguais.

Hoje olho as ruas asfaltadas, os prédios e as construções, o progresso se espalhando, e penso que só tenho a agradecer por ter vindo crescer aqui. Neste Estado, hoje Mato Grosso do Sul, tão rico em belezas e grandezas.

Naquele tempo em que viemos para cá, eu não percebi, mas hoje acredito que “aquele lugar” que ficou em minha memória foi um dos poucos lugares do mundo que teve paz durante a Segunda Guerra Mundial. Esse período marcou muito a minha infância, mas graças a Deus meus sonhos de menino puderam florescer nesse lugar que considero meu chão, meu lar – Nova Andradina.

Biografiada

Minha foto
Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil
Estudante, 20 anos, canceriano, feio, humanossexual, paulista, moreno, trompetista, leitor, magro, palhaço, amante. Ator, voluntário do Greenpeace, sonhador e aspirante a Hippie com tendências circenses. E provisório.

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