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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Invisível aos olhos



"Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?"
 
 
 O essencial ao nosso ver não é a prioridade para ele. Logo percebemos que nosso objetivo material básico  para nossa sobrevivência é dispensável, supérfluo. Metaforicamente, isso se aplica aos nossos ideais de vida. Aquilo que almejamos é desprezível aos olhos dele.
 Ele ensina ainda que em vez daquilo que parece lógico almejarmos, o que necessitamos, na realidade, é abstrato, como a justiça e a paz.
 Mais a frente, ele ensina: “Buscai primeiro o reino de Deus...”. Logo entendemos com prioridade. Então nosso SER se vê ameaçado. Como assim, buscar primeiro o reino de Deus? Mas e a minha vida? Preciso ser alguém na sociedade. Tenho sonhos a realizar. Metas a conquistar.
 Para esse medo, ele termina: “e as demais coisas vos serão acrescentadas.”
 Se dermos prioridade a ele, ele terá cada um de nós como prioridade. A certeza disso, é o ensinamento que ele nos dá sobre os pássaros. Estes não trabalham, logo, não recebem salário. Mesmo assim, não passam fome. Sempre há sustento para todos eles.
 Logicamente a dieta de um pássaro é muito menor que a de um humano. E isso pode abrir espaço para um cético querer, com sua razão e compreensão lógica, desconstruir esse ensinamento. Para estes, Yeshua tem uma pergunta bem simples: “Por ventura não sois vós muito mais importantes que os pássaros do céu?”
 Aqui vejo o criador do universo se comprometendo a não decepcionar àqueles que se arriscarem, àqueles que ousarem se entregar a ele totalmente, dando a ele prioridade e total confiança.
 Para concluir, quero esboçar a minha total incompreensão àqueles que aceitam, mesmo após clara advertências como “não vos conformeis com este mundo” ou “o mundo jaz no maligno”, de total bom grado e satisfação, ou seja, sem nenhuma expressão de descontentamento ou dúvida, o sistema atual.
 Essas pessoas nascem, começam a estudar, trabalham, envelhecem e morrem (quando a morte não lhes surpreende interrompendo este ciclo). E raros são os que ousam pensar de forma diferente, ou tentam enxergar além daquilo que todos veem. E quando estes o fazem, são tidos como loucos, rebeldes. São injuriados, humilhados e, na maioria dos casos, calados. E calar estes envolve um processo bastante conhecido: perseguir, prender, torturar e matar. E vale a pena mencionar aqui que mesmo matando esses loucos, suas ideias permanecem vivas, e graças dou por isso. Se eu tivesse que conhecê-los estaria perdido.
 Pois bem, agora sim, concluindo. Muito me indigna ver cristãos (leia-se aqueles que pensamos serem-no) tremendo suas pernas finas, borrando-se de medo de serem esses loucos que a sociedade tanto tenta destruir. E o motivo de tamanha indignação, senhores e senhoras, é que ao fazerem-no, eles estão negando Yeshua, e ao contrário de Kepha, que chorou amargamente ao perceber o seu erro, estes encaram sua traição como algo comum pois suas consciências estão cauterizadas, e o que é pior, esta prática é constante, diária.
 E minha indignação se dá não apenas por isso. Se ao menos não houvesse um conselho dizendo “porventura não provém o vosso erro de não conhecerdes as escrituras?” para que todos pudessem entender onde diz que aqueles que realmente o amassem, seriam chamados de loucos, rebeldes. Seriam incompreendidos, perseguidos, maltratados e até mortos. Ele acrescenta ainda que estes que o fizerem seriam ainda mais dignos e receberiam maior recompensa.
 Ora, ora... Termino perguntando: por acaso, não sucede isso aos loucos, rebeldes, maltrapilhos e mal vistos da nossa sociedade?
 E você, quer se tornar um deles?


Extraído da minha agenda de 10 de Setembro de 2011.

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